O deputado federal e ator Stepan Nercessian (PPS-RJ) recebeu R$ 175 mil no ano passado do empresário Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar quadrilha que explorava o jogo ilegal.
Stepan admitiu à Folha que recebeu o dinheiro, após ser informado de que as transações aparecem em grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que levou à prisão de Cachoeira.
Ele confirmou que recebeu do empresário um depósito no valor de R$ 160 mil em 17 de junho no passado.
Segundo Stepan, o montante era para ser usado na compra de um apartamento no Rio, avaliado em mais de R$ 500 mil. Stepan disse que é amigo de Cachoeira há muitos anos, já que os dois são de Goiás.
O deputado também admitiu que recebeu, em março do ano passado, outros R$ 15 mil do empresário investigado. O dinheiro, diz, foi usado para comprar ingressos do Carnaval carioca para Cachoeira.
O deputado diz que pode se licenciar. "Qualquer coisa que tenha que fazer, para esclarecer, a primeira coisa que farei é me licenciar. Mesmo eu estando tranquilo, o PPS não merece ser envolvido."
Na operação, a PF levantou conversas de Cachoeira sobre as transações.
"Carlinhos fala para Geovani mandar uma mensagem para o deputado federal Stepan Nercessian para ele depositar 160 numa determinada conta", diz a PF.
Um minuto depois, Cachoeira passa para o colega o celular de Stepan, usado pelo deputado até hoje, e "fala para Geovani que não é mais para usar o celular porque tem medo de estar grampeado".
Na atual investigação, um homem relata como Cachoeira se gabava de ter relações com políticos. "O homem falou que tem o poderio na mão, tem governador, senador, deputado, é tudo."
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