sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Alerta Negro!!


Com a iminência de a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, perder seu status de ministério e virar um apêndice no Ministério da Família, fica nítido para todos dos movimentos sociais negros e de defesa dos direitos da população negra, que o compromisso da união com as políticas de reparação para a população afro-descendente deixa de existir, e essa futura ”nova” relação do governo com a luta por reparação será não muito amistosa.

A negação da existência da necessidade de reparação pelas perdas históricas e sofridas do povo negro fará o Brasil retroceder uns bons e longos anos em sua evolução civilizatória. O racismo é uma prática que faz com que certos grupos de pessoas não consigam ascensão, econômica, política, financeira, profissional e principalmente educacional. Essa é uma ação que em pouco tempo, colocará nossa nação em um aumento significativo nos níveis de desequilíbrio social.

O Brasil foi o último país das Américas a abolir o sistema de trabalho escravo, para que isso acontecesse levou quase quatro séculos (400 anos), sem que os negros tivessem qualquer tipo de direito adquirido e respeitado. Quando em 1888 a lei áurea foi assinada, nenhuma compensação foi dada ao povo negro que deixou de ser “coisa” e passou a ser humano. Entretanto, seus “ex donos” foram indenizados pelo Estado brasileiro.

Em 1988, apenas 100 anos depois, o Brasil redigiu uma constituição que prevê em seus artigos a criminalização do racismo, ou seja, se o racismo é crime, é porque o Brasil é um país racista ou que tenha racistas. A SEPPIR,vem nessa linha de reparar erros históricos, ela serve como ligação dos movimentos sociais negros com o Estado brasileiro, como mediadora nessa luta que não tem como acabar.

Nesse sentido, se faz de suma importância que lutemos pela manutenção desse órgão importante em nossa luta. Precisamos engajar nessa luta pelas nossas conquista e a SEPPIR é uma delas, precisamos dar ênfase as nossas ações afirmativas, vamos nos unir contra o retrocesso, contra o racismo e a cima de tudo, lutar contra o reforço de uma nação racista onde seja instituído de forma potencializada o RACISMO INSTITUCIONAL.

“A arma mais poderosa nas mãos do opressor, é a mente do oprimido.”
(Steve Biko)




quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Biruta de aeroporto!!

O "novo" governo ainda não começou, mas aparentemente não está existindo coesão nas ações e discurso do alto comando. 
O general Hamilton Mourão afirmou em entrevista à revista Crusoé (extremamente direitista), que o possível esquema de corrupção ou apropriação de salários de funcionários dos gabinetes dos Bolsonaros é uma "burrice ao cubo", e que eles terão de se explicar.
Porém, o general continua em sua escalada da teoria da conspiração, diz que os núcleos militares devem e vão ficar atentos, pois existe grande ameaça contra o presidente eleito, inclusive de atiradores, carro-bomba e tudo mais.  
É, como ficaremos depois da efetivação do governo? as propostas de governo do vice e do presidente não se completam, em alguns pontos são até divergentes demais... e em toda aparição o vice parece estar em campanha, sendo ele o candidato. Será que a "mosca azul" da vice também infectou o Mourão? 



    segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

    Escola Municipal Quilombola Dona Rosa Geralda da Silveira, comemora o Mês da Consciência Negra!

    COMEMORAÇÕES DO MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA SÃO ENCERRADAS EM ESCOLA QUILOMBOLA

    Por Renato Silveira em 26/11/2018
    Imagem da Notícia:
          A Escola Municipal Quilombola Dona Rosa Geralda da Silveira, em Botafogo, Zona Rural de São Pedro da Aldeia, encerrou com festa as comemorações do mês da Consciência Negra. Estudantes, professores, familiares e comunidade reuniram-se para homenagear Zumbi dos Palmares através de trabalhos de pintura, artesanato, dança, penteados afros, maquiagem, entre outras atividades.


         A diretora da primeira escola quilombola municipal do Estado, professora Ana Rogéria Arruda, explicou que a festividade realizada no mês da Consciência Negra é a culminância do trabalho realizado durante todo o ano, quando o aprendizado específico da comunidade  escolar é colocado em prática.


         "É o momento onde a comunidade escolar mostra o seu diferencial, com o aprendizado de suas raízes, da importância da cultura de seus ancestrais. É um dos momentos mais importantes do ano", explicou.


         O diretor de Políticas Públicas de Igualdade Racial, Sérgio dos Santos, conta que essa festa anual da Escola Quilombola do município mostra o seu diferencial.


        "Existe toda uma razão e metodologia para o funcionamento de uma escola quilombola e nesse momento, todo o conhecimento da cultura afro-brasileira é apresentado pela comunidade escolar", afirmou.


          O mais antigo morador do quilombo de Botafogo, João dos Santos, lembra da luta para a implantação desta escola no bairro.


         "A maior parte dos estudantes do bairro tinham de ir estudar na parte de Cabo Frio. Hoje, temos essa bela escola, que resgata nossas raízes, preservando assim o conhecimento de nossos antepassados",  disse ele.

    O Brasil é um país racista?


              Na semana passada dia 28 de novembro de 2018, pela manhã fomos convidados pela coordenação e o Professor Marcos Salaibe do CIEP-262 no bairro Porto do Carro em São Pedro da Aldeia – RJ para uma palestra, voltada para as comemorações do mês da consciência negra. Com o tema, “O Brasil é país racista?”. Abordamos os quase quatrocentos anos de escravidão do Brasil, a resistência do povo negro nesse período.

             A legislação pré “abolicionista”. Falamos sobre a lei áurea e sua ineficiência no sentido de propiciar liberdade e autonomia ao povo negro. A luta do povo negro brasileiro por liberdade e construção de garantias dos direitos que foram negados por um longo tempo.
                 Abolição da escravidão e a falsa liberdade. Conquistou-se a tão sonhada liberdade, mas, onde estavam os direitos? Comer o que? Trabalhar onde? Moradia, qual?  A vida do negro brasileiro não foi muito fácil, como ainda não é. O trabalho que antes era escravizado passou a ter uma relação de profissionais livres, onde essa relação em sua esmagadora maioria não se deu com trabalhadores negros, porém, o Brasil incentivou o processo imigratório europeu, o que não favoreceu aos “ex escravizados”.

           Os imigrantes (Nova força de trabalho) chegaram ao Brasil com direitos (antes negados aos negros), como: terra, comida, direito a herança e uma relação de trabalho onde respeitavam os trabalhadores como gente.  Numa atividade rápida, tivemos o cuidado em despertar nos alunos a curiosidade, o desejo sobre o tema, e assim iniciar um novo ciclo em suas vidas de luta.

              A fisioterapeuta Karla Barreto, falou sobre a saúde da população negra e fez uma dinâmica muito interessante chamada “jogo do privilégio”. Um momento de extrema emoção onde os participantes perceberam que o racismo é uma das relações mais covarde e danosa do mundo, pois faz com que pessoas realmente não consigam ter acesso a determinados serviços ou bens, por conta de sua etnia.

               No final da atividade, os alunos fizeram algumas perguntas respondidas por nós. Foi mais um momento enriquecedor, excitante, pois nos chegaram perguntas muito inteligentes.  Agradecer a coordenação, direção e ao professor Marcos Salaibe pelo convite e também pela recepção que foi muito boa, a participação dos alunos. Acredito que nosso papel é esse, o de levar conhecimento e também incentivar a todas e todos na luta contra o racismo.    

    Dia Internacional Contra a Discriminação Racial!

    Hoje Dia Internacional contra a Discriminação Racial.  Num momento em que vivemos ataques raciais diários em nosso país e em todo mundo...