domingo, 30 de novembro de 2014

Washington exige de Havana abertura política e não apenas medidas econômicas liberalizantes

Jornal do Brasil   O jornal espanhol El País publicou nesta sexta-feira (28/11) um artigo sobre a aproximação de Cuba com a Europa e uma resistência a mudanças políticas no país do Caribe, exigidas pelos Estados Unidos (país que abriga uma grande comunidade cubana). "As negociações entre Cuba e a União Europeia para substituir a Posição Comum de 2003, que condiciona a aproximação entre Bruxelas e Havana ao desenvolvimento democrático na ilha, por um acordo de cooperação mais flexível podem ser concluídas no ano que vem sem que, paralelamente, tenham se normalizado as relações diplomáticas com os Estados Unidos, que exige não só a abertura econômica, mas também avanços em termos de liberdades políticas", escreve o jornalista Juán Jesus Aznarez.

"Nenhum dos ministros e mensageiros estrangeiros recebidos por Raúl Castro nos últimos anos — o titular das Relações Exteriores espanhol José Manuel García-Margallo esteve na ilha esta semana, mas não foi recebido pelo governante — teve indicaçõ


es de que serão realizadas iniciativas oficiais nessa direção.
Enquanto isso, assim como durante a presidência de José María Aznar — correia de transmissão na Europa das políticas de endurecimento patrocinadas por George W. Bush para desencadear revoltas populares —, o governo de Barack Obama também quer aproveitar as relações fluidas entre Madri e Havana, mas em outro sentido. Faz isso para somar-se ao relaxamento latino-americano e europeu, buscando influir em seu desenvolvimento", prossegue o artigo do El País.
"Ao contrário de Bush, Obama não promove uma insurreição geral na maior das ilhas do Caribe porque as consequências seriam graves, mas tampouco renuncia a operações encobertas que estimulem descontentamentos sociais ou suficientemente intensos com o objetivo de obrigar o governo cubano a ceder poder. Acostumado à resistência, o regime mantém sua posição. No entanto, a belicosidade dos Estados Unidos perde espaço político porque a UE tem problemas mais importantes do que se envolver em uma cruzada contra o comunismo caribenho. E porque a América Latina, quase em bloco, é mais partidária de integrar a ilha em todos os fóruns democráticos regionais do que de “empurrar” para que se produzam mudanças democráticas em Cuba.
A esquerda e a social-democracia governam do Rio Grande à Terra do Fogo, e o embargo e o radicalismo dos EUA com Havana comprometem sua relação com o resto da América Latina.
O México quer recuperar sua influência histórica na estratégia ilha, debilitada durante a convergência com Washington na política externa dos Governos do conservador Partido Ação Nacional (PAN)", diz a matéria.
Como anfitrião da próxima Cúpula Ibero-americana em Veracruz, o México compensou 70% da dívida cubana para ganhar posições na classificação de sócios comerciais e políticos de Cuba e tentar se aproximar do Brasil, à frente de Colômbia e Argentina. A Venezuela lidera a relação dos aliados de Cuba. “Esperamos que se a UE assinar o acordo de cooperação política conosco, e depois do que está vendo na América Latina, Obama afrouxe um pouco”, diz um membro do Partido Comunista de Cuba (PCC), convencido de que a conjuntura internacional não favorece a continuação das políticas de isolamento e castigo historicamente aplicadas por Washington. “Já sabemos que a suspensão do bloqueio depende do Congresso, mas Obama pode fazer outras coisas, como por exemplo permitir que os norte-americanos possam viajar para Cuba”
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