sexta-feira, 30 de setembro de 2011

As teses falsas sobre o voto distrital espalhadas pela direita brasileira

Subitamente, com apoio de amplos setores da mídia e de alguns dos chamados "formadores de opinião", surgiu no noticiário a tese de que o voto distrital seria a redenção dos problemas da democracia brasileira. Trata-se de uma estratégia da direita brasileira, que se descobriu favorável ao voto distrital desde criancinha, ironiza o sóciologo e presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra. Em artigo publicado no jornal Correio Braziliense, Coimbra desconstrói as teses mirabolantes sobre os upostos benefícios do voto distrital.
"É compreensível que a campanha que a direita brasileira está fazendo em favor do voto distrital não apresente os ponderáveis argumentos que existem contra ele. Seus responsáveis têm todo o direito de subtrair da opinião pública o que é contrár
io a suas preferências. Afinal, na guerra ideológica, o que menos importa são os fatos." Leia, abaixo, a íntegra do artigo:

" Estão vendendo ao país duas teses falsas. Uma é dita explicitamente: que os problemas da democracia brasileira se resolveriam se tivéssemos o voto distrital. A outra fica sugerida: que sua implantação no Brasil seria algo simples

Com impressionante velocidade, a direita brasileira se descobriu favorável ao voto distrital desde criancinha. Sem que exista qualquer motivo lógico que explique o porquê, políticos, intelectuais, empresários e jornalistas conservadores se encantaram com ele e começaram, em coro, a defendê-lo. Ao mesmo tempo, passaram a espinafrar o voto proporcional, que faz parte das regras do nosso sistema político desde o Código Eleitoral de 1932.

Em nenhum lugar do mundo havíamos visto coisa parecida. A argumentação em favor do voto distrital nunca teve cor ideológica, nunca foi bandeira da direita ou da esquerda. A discussão sobre suas vantagens e desvantagens sempre permaneceu no plano técnico.

Quem tem um mínimo de informação sobre o assunto sabe que não há sistema eleitoral integralmente bom ou ruim. Todos têm aspectos positivos e negativos.

Sabe, também, que faz pouco sentido falar em voto distrital no abstrato, assim como de voto proporcional puro. Cada país tem seu sistema, com coloração e particularidades únicas. Há tantos sistemas de voto distrital (e de voto proporcional) quantos países que o adotam.

Existem democracias plenamente funcionais e bem sucedidas com voto distrital, e (muitas) outras com as diversas formas possíveis de voto proporcional. Aliás, em termos puramente quantitativos, a maioria dos países democráticos do mundo tem algum tipo de voto proporcional.

É compreensível que a campanha que a direita brasileira está fazendo em favor do voto distrital não apresente os ponderáveis argumentos que existem contra ele. Seus responsáveis têm todo o direito de subtrair da opinião pública o que é contrário a suas preferências. Afinal, na guerra ideológica, o que menos importa são os fatos.

Não é o mesmo que se pode dizer de quem, na mídia, deveria se ocupar do jornalismo. Chega a ser lamentável que veículos de informação assumam função de pura desinformação.

Estão vendendo ao país duas teses falsas. Uma é dita explicitamente: que os problemas da democracia brasileira se resolveriam se tivéssemos o voto distrital. A outra fica sugerida: que sua implantação no Brasil seria algo simples, que "só depende da vontade política". Ou seja: que não é feita porque "alguém" não quer.

É com teses desse gênero que se fazem as campanhas que os profissionais do marketing político chamam de "construção de agenda" (mal traduzindo a expressão norte-americana agenda building). Identifica-se um incômodo, dá-se-lhe uma explicação, põem-se a mídia para promovê-la e convocam-se as "pessoas de bom caráter" a agir.

Já vimos esse filme várias vezes: há um problema (por exemplo, a falta de empregos em uma economia avançada), cria-se um "culpado" (por exemplo, os imigrantes do terceiro mundo) e pede-se aos eleitores que votem em quem vai "resolvê-lo" (por exemplo, um partido de direita).

Quando os problemas são reais e preocupam as pessoas, a questão é convencê-las de que o diagnóstico de suas origens é correto. Se o admitirem, abraçarão "a causa", o que fica tanto mais fácil quando mais alto a mídia bater o bumbo.

Há uma nítida e compreensível insatisfação da maioria da sociedade brasileira com o sistema político. Além de sua crônica dificuldade de assegurar a todos adequada representação, ele padece de vários vícios, dos quais o mais irritante é a corrupção.

A direita brasileira, através de seus núcleos de pensamento estratégico e intelectuais, quer fazer com que o país acredite que o PT e, por extensão, o governo (ou o que ela chama de "lulopetismo") são a favor do sistema de representação proporcional porque assim se perpetuariam no poder. Quer, portanto, que "as pessoas de bem" se tornem defensoras do voto distrital, assegurando-as de que só com ele é possível simplificar as eleições, aumentar a responsabilidade do eleito, a vigilância do eleitor, acabar com a corrupção.

Não existe qualquer evidência, seja baseada em nossa experiência com o voto distrital (pois já o tivemos durante várias décadas), seja na de outros países, que permita afirmações desse tipo. Nem ele é garantia de solução para tais problemas, nem faz sentido dizer que o voto proporcional os provoca.

É improvável que a direita fale essas coisas por ignorância. Mais fácil é imaginar que, apenas, finge saber como dar resposta às justas preocupações da sociedade.

Marcos Coimbra - Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi "

(Artigo publicado no jornal Correio Braziliense, edição do dia 14 de setembro de 2011)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Intolerância e racismo institucional.

Estudante de Guiné-Bissau foi espancado em pizzaria em Cuiabá. PMs disseram que tentaram conter rapaz que pedia dinheiro no local.

Um estudante africano que cursava economia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) morreu após ser espancado na noite desta quinta-feira (22) em uma pizzaria localizada no bairro Boa Esperança, em Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, dois policiais militares, ambos de 24 anos, e mais um empresário que é filho de um delegado aposentado, de 27 anos, são suspeitos de espancar o universitário até a morte.

Ao G1, a Polícia Civil informou que a vítima identificada como Toni Bernardo da Silva chegou ao estabelecimento por volta das 23h desta quinta-feira. No local, ele começou a pedir dinheiro aos frequentadores da pizzaria. Em uma das mesas, o universitário esbarrou em uma mulher. O namorado dela, o empresário de 27 anos, e os dois PMs que estavam à paisana no local, retiraram à força o universitário do estabelecimento e começaram a agredi-lo com socos e pontapés.

Uma moradora que reside ao lado do estabelecimento tentou apartar a briga, mas não conseguiu. Não houve tempo para ninguém prestar socorro à vítima, que acabou morrendo no local.

Os suspeitos foram autuados em flagrante e vão responder na Justiça pelo crime de homicídio. Na manhã desta sexta-feira (23) eles prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na presença do representante da Corregedoria da Polícia Militar. Em depoimento, eles disseram que apenas imobilizaram o rapaz.

O corpo da vítima está no Instituto Médico Legal (IML) e passa por exames periciais. Segundo o órgão, o laudo inicial do corpo do estudante aponta que ele foi morto por asfixia devido a uma lesão na traqueia. O corpo do estudante ainda será submetido a exames toxicológicos e de alcoolemia, já que há a suspeita de que ele estaria embriagado.

A Assessoria de Relações Internacionais da UFMT ainda vai se manifestar sobre o ocorrido. O estudante é natural de Guiné-Bissau, país localizado na costa ocidental da África, mas residia em Cuiabá há sete anos. Ele e mais um grupo de guinenses estavam fazendo intercâmbio em Cuiabá para estudar na UFMT. A Polícia Militar informou que vai investigar administrativamente a conduta dos dois policiais militares suspeitos de envolvimento no assassinato.

http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2011/09/universitario-africano-e-espancado-ate-morte-por-pms-em-mt-diz-policia.html

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

TRE. Condena casal Garotinho.

A juíza da 100ª Zona Eleitoral de Campos, Gracia Cristina Moreira do Rosário, determinou, nesta quarta-feira (28), a cassação dos diplomas da prefeita de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, Rosinha Garotinho, e do vice-prefeito, Francisco Arthur de Souza Oliveira. Eles foram condenados por abuso de poder econômico e ficam inelegíveis por três anos, a contar da eleição de 2008. O marido de Rosinha, o deputado federal Anthony Garotinho, também foi condenado. Cabe recurso à decisão. As informações são do TRE.

O deputado Garotinho e três radialistas também foram condenados por abuso de poder econômico, por terem usado indevidamente veículo de comunicação social na campanha. Eles também ficarão inelegíveis. fonte: www.viniciuspeixotoblog.blogspot.com
_______________________________________________________________

O mais intrigante nestas histórias, é o fato de que ninguém, ninguém mesmo devolve o dinheiro que desvia do povo, isso não é um privilégio do casal garotinho, é essa a forma de nossa justiça ser condescendente com essa elite "fétida" de nosso país.



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

EUA, os verdadeiros terroristas.

Um país racista, desumano, terrorista e com mentalidade medíocre, assim é os Estados Unidos da América. Numa demonstração de pura impunidade, certeza que o restante do mundo ainda se curva diante dele, os EUA assassinou ontem um Negro Troy Davis, que estava no corredor da morte à vinte anos. Motivo de sua prisão foi um suposto assassinato a um policial branco.

Contudo, por duas vezes ele se viu livre da morte, pois juízes entenderam que não havia prova suficiente para sua culpabilidade, é isso mesmo, a justiça norte-americana não tinha certeza de que o rapaz realmente foi o autor do crime, e mesmo assim, fora executado pelos Estados Unidos da América, esse mesmo país se mete em qualquer desavença internas de outros países.

Será que o jovem foi sentenciado por ser negro? Direitos Humanos só no país dos outros?

Centenas de pessoas se reuniram nos arredores da prisão de Jackson, na Geórgia, para pedir clemência, além disso, figuras como o papa Bento XVI e o ex-presidente americano Jimmy Carter pediram a comutação da pena.

Davis foi condenado à morte em 1991 pelo assassinato em 1989 de Mark MacPhail, policial branco da cidade de Savannah. No entanto, sete das nove testemunhas que depuseram contra ele no julgamento mudaram seus depoimentos alegando terem sido coagidos, segundo sua defesa.

Aqui em nosso país, pessoas como o deputado Jair Bolsonaro e seus pares defendem essa mesma forma de extermínio de Negros e pobres. E você, o que acha disso?

Dia Internacional Contra a Discriminação Racial!

Hoje Dia Internacional contra a Discriminação Racial.  Num momento em que vivemos ataques raciais diários em nosso país e em todo mundo...