sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ferlagos debate Norma Culta e ensino de Português

Professor Marcos Salaibe: "O problema é que erros como 'a nível de' e 'implica em' são cometidos por quem tem dinheiro... aí, tudo bem!"

Durante a I Semana de Integração da Ferlagos, os professores de português debateram a recenete polêmica sobre um possível livro que o MEC estaria distribuindo com "erros" de português.

Segundo a avaliação de todos os porfessores presentes, a polêmica é totalmente sem sentido. O MEC não distribui livro algum, apenas os credencia para que os professores escolham quais vão adotar. Uma vez escolhidos, os livros são comprados (Programa Nacional do Livro Didático) e distribuídos às esolas, para que os alunos os utilizem por, pelo menos, três anos.

Além disso, o livro "Por uma vida melhor" é destinado ao Ensino de Jovens e Adultos, ou seja, não se propõe a ensinar a fala a ninguém. Para os professores da Ferlagos, o livro está de acordo com a Linguística (ciência que estuda a linguagem) e em nenhum momento "ensina a escrever errado". O Prof. Eraldo Maia lembrou que, no mesmo livro, a autora conduz o aluno a escrever de acordo com a Norma Culta. "Apenas se parte da variante popular para se chegar à Norma Culta", complementa Eraldo.

As professoras Mônica Cabral e Ione Moura lembraram que o reconhecimento das variantes populares é assunto antigo na Universidade. O linguísta Mattoso Câmara (leitura obrigatória para todos os alunos do Curso de Letras desde a década e 60) já abordava o tema. A Prof. Cristina Braga comentou a diversidade linguística do Brasil e lembrou que essa diversidade já está presente nos livros didáticos há muito tempo.

Salaibe: Para o prof. Marcos Salaibe a discussão não é científica: é ideológica. "Os meios de comunicação social, como a Globo, são responsáveis pela divulgação de vários tipos de preconceito, inclusive o preconeito linguístico. É muito simples! Todos vocês estranhariam se alguém aqui dissesse: 'amanhã nos vai dar aula...', mas ficariam quitinhos se a frase fosse 'A nível de macroeconomia, esse processo implica em mais gastos...' Ora, as duas frases estão erradíssimas, segunda a Norma Culta." E complementa: "O problema é que erros como 'a nível de' e 'implica em' são cometidos por quem tem dinheiro... aí, tudo bem!" - ironizou.

Participantes: Os professores Hélio Sant’ Anna, Cristina Braga e Fábio Coelho tambpem participaram do debate e trouxeram outros exemplos. Houve participação da plateia e o evento foi esclarecedor. Fonte: www.salaibe.blogspot.com



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