Com
a iminência de a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial – SEPPIR, perder seu status de ministério e virar um apêndice no
Ministério da Família, fica nítido para todos dos movimentos sociais negros e
de defesa dos direitos da população negra, que o compromisso da união com as
políticas de reparação para a população afro-descendente deixa de existir, e
essa futura ”nova” relação do governo com a luta por reparação será não muito
amistosa.
A
negação da existência da necessidade de reparação pelas perdas históricas e
sofridas do povo negro fará o Brasil retroceder uns bons e longos anos em sua
evolução civilizatória. O racismo é uma prática que faz com que certos grupos
de pessoas não consigam ascensão, econômica, política, financeira, profissional
e principalmente educacional. Essa é uma ação que em pouco tempo, colocará
nossa nação em um aumento significativo nos níveis de desequilíbrio social.
O
Brasil foi o último país das Américas a abolir o sistema de trabalho escravo,
para que isso acontecesse levou quase quatro séculos (400 anos), sem que os
negros tivessem qualquer tipo de direito adquirido e respeitado. Quando em 1888
a lei áurea foi assinada, nenhuma compensação foi dada ao povo negro que deixou
de ser “coisa” e passou a ser humano. Entretanto, seus “ex donos” foram
indenizados pelo Estado brasileiro.
Em
1988, apenas 100 anos depois, o Brasil redigiu uma constituição que prevê em
seus artigos a criminalização do racismo, ou seja, se o racismo é crime, é
porque o Brasil é um país racista ou que tenha racistas. A SEPPIR,vem nessa
linha de reparar erros históricos, ela serve como ligação dos movimentos
sociais negros com o Estado brasileiro, como mediadora nessa luta que não tem
como acabar.
Nesse
sentido, se faz de suma importância que lutemos pela manutenção desse órgão
importante em nossa luta. Precisamos engajar nessa luta pelas nossas conquista
e a SEPPIR é uma delas, precisamos dar ênfase as nossas ações afirmativas, vamos
nos unir contra o retrocesso, contra o racismo e a cima de tudo, lutar contra o
reforço de uma nação racista onde seja instituído de forma potencializada o
RACISMO INSTITUCIONAL.
“A arma mais poderosa nas mãos do opressor, é a mente do
oprimido.”
(Steve Biko)
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