segunda-feira, 14 de julho de 2014

Lélia Gonzalez: Mulher Negra na História do Brasil!

Ana Maria Felippe*
Texto postado no Portal Geledés em 14.09.11
A guerreira Lélia Gonzalez passou à condição de “ancestral”. A atualidade da luta que travou; sobre a qual refletiu e ensinou nos faz reviver um pouco de sua trajetória. Que seu exemplo seja guia nessa luta que, a cada caminhada, constatamos mais a fazer: a luta contra o racismo.
Lélia Gonzalez nasceu “de Almeida”, em Belo Horizonte-MG, em 1º de fevereiro de 1935. Tinha 59 anos quando faleceu, em 10 de julho de 1994, no bairro de Santa Teresa, na cidade do Rio de Janeiro.
Quando Lélia era criança, sua família instalou-se no Rio, na favela do Pinto, bairro do Leblon, ao lado do Clube de Regatas do Flamengo, onde jogava (e depois foi técnico) seu irmão, Jaime de Almeida (nascido em 1920), por quem nutria enorme admiração e nos passos de quem seguiu torcendo pelo Flamengo e gostando muito de futebol. Logo depois, a família mudou-se para o subúrbio, para uma casa em Ricardo de Albuquerque. Pela localização da residência, se percebe que Lélia viajou muito no trem suburbano da Central do Brasil, junto com o “povão” (como dizia), principalmente quando estudou no Colégio Estadual Orsina da Fonseca (ao lado do terminal da Central do Brasil, no centro da cidade) e no Colégio Pedro II (na Av. Marechal Floriano, também próximo a Central do Brasil).
Lélia era a penúltima de 18 irmãos/ãs; filha de pai negro (Acácio Joaquim de Almeida), ferroviário, e mãe índia (Urcinda Seraphina de Almeida). À medida que irmãs e irmãos iam constituindo novas famílias, Lélia cuidava da mãe, já residindo na Tijuca, até o final dos anos 1960, quando Dona Urcinda faleceu. Casou-se aos 28 anos, para assumir definitivamente o sobrenome Gonzalez.
Nas escolas e nas faculdades (graduou-se em História/Geografia e Filosofia) era reconhecida pela dedicação e inteligência. O catedrático Tarcísio Padilha logo percebeu a capacidade daquela aluna negra e convidou-a para ser sua assistente, no curso de Filosofia, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e, mais tarde, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Como educadora, Lélia lecionou em muitas escolas de nível médio, em faculdades e universidades. Foi professora no Instituto de Educação, no Colégio de Aplicação (UERJ), na rede estadual de ensino. Pela inteligência e conhecimento que demonstrava na argumentação e por sua capacidade de comunicar e instigar alunos e alunas à reflexão, a professora negra foi muito bem recebida em escolas confessionais, tendo sido, também, professora convidada no Centro de Estudos de Pessoal, do Exército Brasileiro, por alguns anos.
No final dos anos 1960 e início de 1970, Lélia era uma assumida mulher negra: “Essa questão do branqueamento bateu forte em mim e eu sei que bate muito forte em muitos negros também. Há também o problema de que, na escola, a gente aprende aquelas baboseiras sobre os índios e os negros; na própria universidade o problema do negro não é tratado nos seus devidos termos.”1
Foi em 1982 que Lélia escreveu “Lugar de negro”, junto com Carlos Hasenbalg2. E por que demoraria 12 anos para gritar, por escrito? Porque só em 1982 Lélia teria firmado na escrita que “O lugar natural do grupo branco dominante são moradias amplas, espaçosas, situadas nos mais belos recantos da cidade ou do campo e devidamente protegidas por diferentes tipos de policiamento: desde os antigos feitores, capitães do mato, capangas, etc., até a polícia formalmente constituída3. Desde a casa-grande e do sobrado4, aos belos edifícios e residências atuais, o critério tem sido sempre o mesmo. Já o lugar natural do negro é o oposto, evidentemente: da senzala às favelas, cortiços, porões, invasões, alagados e conjuntos “habitacionais” (cujos modelos são os guetos dos países desenvolvidos) dos dias de hoje, o critério também tem sido simetricamente o mesmo: a divisão racial do espaço.”5?
Antes de mostrar na escrita, Lélia mostrava na palavra, na oralidade. Na verdade (para usar uma expressão corrente em sua linguagem), sua proposta sempre foi falada. Quando compreendeu teoricamente6 a questão da opressão e da exclusão, Lélia continuou fazendo exatamente a mesma trajetória teórica e intelectual que seguia anteriormente, mas, nesse momento, ela se dedica à leitura dos pensadores negros, da história do povo negro, das rainhas negras, lendo e refletindo noite adentro. A inteligência e a desenvoltura teórica – que continuou exercendo institucionalmente, como professora na Pontifícia Universidade Católica, até o final da vida, tendo sido eleita Chefe do Departamento de Sociologia, um mês antes – foi posta a serviço da realidade e da necessidade do povo negro e, em especial, das mulheres negras. Lélia passa a ser a grande referência teórica do Movimento Negro (principalmente do novo7 MN, nos anos 1970, que ajudou a fundar). É a primeira intelectual negra no País. É nessa condição que está citada no Dicionário “Mulheres do Brasil”8, na Enciclopédia Encarta Africana9 e, em “Mulheres Negras do Brasil10. É nessa condição que tornou-se referência como matrona para grupos de mulheres negras, bibliotecas, salas de leitura, prêmios, escolas, jornadas, seminários, dentre outros, conforme consta na indicação das homenagens em seu site oficial www.leliagonzalez.org.br.
Lélia Gonzalez teve uma trajetória, permanente e irrestrita, na direção do conhecimento. Lia, elaborava e falava. (Lia e falava nas línguas espanhola, francesa e inglesa.). Pela fala, olho no olho, ela sabia que conhecimento buscar em sua riquíssima bagagem teórica (Filosofia, História, Teoria da Comunicação, Proxemia, Psicologia e Psicanálise, Antropologia, Sociologia, Teoria da Arte e Estética, Teoria dos Objetos, Política, Hermenêutica) para fazer com que o/a interlocutor/a compreendesse a questão “crucial”. Ou, no embate político com brancos e brancas, ela buscava o contrapé teórico para dissuadir “brilhantemente” o/a adversário/a teórico/a ou ideológico/a. Sua capacidade de interpretação se mostrou na crítica às ideologias e à hegemonia de dominação (de lógica machista, branca e européia) que sempre forçou o povo negro ao lugar de submissão, de menor condição e capacidade.
Lélia não tinha paciência para a elaboração escrita, nos moldes acadêmicos! “No meu caso, fiz um tipo de escolha, que foi a militância de rua, participando de organizações negras, de seminários. Na medida em que nós, os intelectuais negros orgânicos, somos tão poucos, realmente existe um grande leque de atividades para poder responder às exigências que nos são colocadas.”11 O universo de conhecimento que Lélia trazia, forçosamente determinado por ela para a transformação do real, muito mais tem a ver com a oralidade africana de Griot, do que com a academia ocidental. Lélia representou uma Griot que conta histórias verdadeiras para seu povo. Ela falava e ensinava não só para preservar a história, mas, principalmente, para resgatar as genealogias, as origens e as tradições de seu povo, para que esse povo compreendesse a lógica da discriminação e alcançasse a consciência, resgatando o orgulho de si mesmo, para a superação da condição de exclusão em que havia sido colocado. Foi na defesa desse povo que, dentre outras atividades, participou de seminários nacionais e internacionais que duraram, pelo menos, de 1975 a 1989. A necessidade de implementação e transformação, foi reconhecida pela atriz e política Ruth Escobar (presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher – CNDM, do qual Lélia era membro) que a indicou publicamente, em editorial do jornal Folha de São Paulo, para ocupar a vaga do Ministério da Cultura, em 1985.
Entre traduções de livros de filosofia (Editora Freitas Bastos), textos de palestras e “Lugar de Negro”, Lélia deixou “Festas Populares no Brasil”, editora Index, 1987, premiado na Feira Internacional do Livro, de Leipzig, Alemanha, na categoria “Os mais belos livros do mundo”, além de panfletos político-sociais, partidários, engajados, de muita reflexão. Seus escritos, simultaneamente permeados pelos cenários da ditadura militar e da emergência dos movimentos sociais, são reveladores de sua capacidade intelectual e identificam sua constante preocupação em articular as lutas mais amplas da sociedade com a demanda específica dos negros, das mulheres e dos homossexuais. A preocupação com os excluídos vai nortear suas campanhas para cargos públicos, em 1982 (PT, 1ª suplente como Deputada Federal) e em 1986 (PDT, suplente de Deputada Estadual), tendo como principais referências as liberdades individuais e as transformações sociais.
Lélia sempre acreditou que uma sociedade solidária e fraterna é possível. Para isso, compreendia como necessário que, além do engajamento na luta política mais ampla, os grupos não dominantes, excluídos do poder, deviam produzir seu próprio conhecimento. Foi em razão disso que se dedicou ao estudo das culturas humanas, especialmente da cultura negra.
Ressalte-se que muitos de seus escritos e falas (grande parte de sua obra compõe-se de palestras gravadas ou textos), conjugando ciência e política (como poucos brancos e brancas podiam fazer) atuando contra o racismo e outras formas de preconceito, contribuíram para a formação acadêmica e cidadã de muitos dos que com ela conviveram direta ou indiretamente.
Na militância, Lélia participou da criação do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN-RJ), do Movimento Negro Unificado (MNU), em nível nacional, do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras-RJ, do Olodum-BA, dentre outros. Depois de sua morte, muitos grupos apareceram no País, lançando seu nome, em homenagem. O Movimento Negro tem montado o Quilombo Lélia Gonzalez e Milton Santos nos vários encontros do Fórum Social Mundial. São muitas as referências que continuam sendo feitas a Lélia Gonzalez, em nível internacional, e inúmeras as homenagens que recebe em nível nacional. No subúrbio de Olaria (no Rio) o governo do estado deu o nome Lélia Gonzalez a uma escola de nível médio. Raquel Andrade Barreto, mestre pela Pontifícia Universidade Católica-RJ, defendeu a dissertação “Enegrecendo o feminismo ou Feminizando a raça: Narrativas de Libertação em Angela Davis e Lélia Gonzalez” (2005), além de Elizabeth Viana que defendeu dissertação de mestrado na UFRJ, sob o título “Relações raciais, gênero e movimentos sociais: o pensamento de Lélia Gonzalez (1970-1990)” (2006).
Um pouco do pensamento de Lélia Gonzalez:
Construção da identidade:
O importante é procurar estar atento aos processos que estão ocorrendo dentro dessa sociedade, não só em relação ao negro, ou em relação à mulher. Você tem que estar atento a esse processo global e atuar no interior dele para poder efetivamente desenvolver estratégias de luta. …só na prática é que se vai percebendo e construindo a identidade, porque o que está colocado em questão, também, é justamente uma identidade a ser construída, reconstruída, desconstruída, num processo dialético realmente muito rico.12
Frente Negra Brasileira /e/ a consciência racial no centro urbano:
O primeiro grande movimento ideológico pós-abolição, a Frente Negra Brasileira (1931-1938), buscou sintetizar ambas as práticas (assimilacionismo e prática cultural), na medida em que atraiu os dois tipos de entidade para o seu seio. Por aí, dá para entender também o sucesso de sua mobilização. Afinal, ela conseguiu trazer milhares de negros para os seus quadros. Precedida pelo trabalho de uma imprensa negra cada vez mais militante, a FNB surgiu exatamente no grande centro econômico do país que era, e é, São Paulo…. Com isso estamos querendo ressaltar o seu caráter eminentemente urbano, uma vez que é o negro da cidade que, mais exposto às pressões do sistema dominante, aprofunda sua consciência racial.13
As Escolas de Samba:
O golpe de 1964 implicaria na desarticulação das elites intelectuais negras, de um lado, e no processo de integração das entidades de massa numa perspectiva capitalista, de outro. As escolas de samba, por exemplo, cada vez mais, vão se transformando em empresas da indústria turística. Os antigos mestres de um artesanato negro, que antes dirigiam as atividades nos barracões das escolas, foram sendo substituídos por artistas plásticos, cenógrafos, figurinistas etc. e tal… Os “nêgo véio” da Comissão de Frente foram substituídos por mulatas rebolativas e tesudas. Os desfiles transformaram-se em espetáculos tipo teatro de revista, sob a direção de uma nova figura: o carnavalesco.14
A responsabilidade na militância /e/ Candeia:
Papo vai, papo vem, ele (Candeia) nos presenteou com o folheto do enredo para o próximo carnaval: Noventa Anos de Abolição [para a Escola de Samba Quilombo, fundada por ele, junto com Lélia e outros/as, em 1975]. Fora escrito por ele, Candeia, “baseado nas publicações de Edson Carneiro, Lélia Gonzalez, Nina Rodrigues, Arthur Ramos (…), Alípio Goulart”… Surpresa e emocionada, disse-lhe que ainda não tinha um trabalho publicado digno de ter meu nome ao lado daqueles “cobras” (afinal, um artiguinho aqui, outro acolá, e de tempos em tempos, não significava nada). Ele retrucou, dizendo que sabia muito bem do trabalho que eu vinha realizando “por aí” e que isso era tão importante quanto os livros dos “cobras’. E foi aí, então, que me incumbiu de representar o Quilombo no Ato Público (contra o racismo)15: “Não importa o que você diga, que eu assino embaixo”. Pela primeira vez, para mim, alguém me fazia refletir sobre a responsabilidade que se tem quando se começa um trabalho “por aí”.16
O aparecimento do Movimento de Mulheres Negras:
Em, 1975, quando as feministas ocidentais se reuniam na Associação Brasileira de Imprensa para comemorar o Ano Internacional da Mulher, elas ali compareceram, apresentando um documento onde caracterizavam a situação de opressão da mulher negra. Todavia, dados os caminhos seguidos por diferentes tendências que se constituíram a partir do “Grupão”, esse grupo pioneiro acabou por se desfazer e suas componentes continuaram a atuar, então, nas diferentes organizações que se criaram.
Os anos seguintes testemunharam a criação de grupos de mulheres negras (Aqualtune, 1979; Luiza Mahin, 1980; Grupo de Mulheres Negras do Rio de Janeiro, 1982) que, de um modo ou outro, foram reabsorvidos pelo Movimento Negro. Todas nós, sem jamais termos nos distanciados do MN, continuamos nosso trabalho de militantes no interior das organizações mistas a que pertencíamos (André Rebouças, IPCN, SINBA, MNU etc.), sem, no entanto, desistir da discussão de nossas questões específicas junto aos nossos companheiros que, muitas vezes, tentavam nos excluir do nível das decisões, delegando-nos tarefas mais “femininas”. Desnecessário dizer que o MN não deixava (e nem deixou ainda) de reproduzir certas práticas originárias de ideologia dominante, sobretudo no que diz respeito ao sexismo, como já dissemos. Todavia, como nós, mulheres e homens negros, nos conhecemos muito bem, nossas relações, apesar de todos os “pegas”, desenvolvem-se num plano mais igualitário cujas raízes, como dissemos acima, provêm de um mesmo solo: a experiência histórico-cultural comum. Por aí se explica a competição de muitos militantes com suas companheiras de luta. Mas, por outro lado, por aí também se explica o espaço que temos no interior do MN. E vale notar que, em termos de MNU, por exemplo, não apenas nós, mulheres, como nossos companheiros homossexuais, conquistamos o direito de discutir, em congresso, as nossas especificidades. E isto, num momento em que as esquerdas titubeavam sobre “tais questões”, receosas de que viessem “dividir a luta do operariado”.


terça-feira, 8 de julho de 2014

Pesquisa aponta que cinema brasileiro é racista. O que você acha?

Falta presença de mulheres negras na produção audiovisual brasileira
As mulheres negras* não estão nas telas de cinema, nem atrás das câmeras. Pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) mostra que pretas e pardas não figuraram nos filmes nacionais de maior bilheteria. Apesar de ser a maior parte da população feminina do país (51,7%), as negras apareceram em menos de dois a cada dez longas metragem entre os anos de 2002 e 2012. Além disso, atrizes pretas e pardas representaram apenas 4,4% do elenco principal de filmes nacionais. Nesse período, nenhum dos mais de 218 filmes nacionais de maior bilheteria teve uma mulher negra na direção ou como roteirista.

“Pelos dados, a população  brasileira é diversa, mas essa diversidade não se transpõe para ambientes de poder e com maior visibilidade”, disse uma das autoras, a mestranda Marcia Rangel Candido. Ela acrescenta que, além da “total exclusão” nos cargos técnicos, a representação no elenco está limitada a estereótipos associadas à pobreza e à criminalidade. “As mulheres brancas exercem vários tipo de emprego, são de várias classes sociais, a diversidade é maior”, destaca.Coordenada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Uerj, um dos mais renomados centros de estudos de ciência política na América Latina, a pesquisa A Cara do Cinema Nacionalsugere que as produções para as telonas não refletem a realidade do país, uma vez que 53% dos brasileiros se autodeclaram pretos ou pardos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O prejuízo, na avaliação das autoras do estudo, é a influência de determinados valores sobre a audiência.
A doutoranda Verônica Tofte, coautora da pesquisa, diz que a baixa representatividade de mulheres em postos mais altos do cinema - elas ocupam 14% dos cargos de direção e 26% dos postos de roteiristas entre os filmes mais vistos -, além da invisibilidade das negras no elenco, são distorções da sociedade. “A ausência de mulheres, principalmente as negras, nesses papéis gera baixa representação e reproduz uma visão irreal do Brasil.” De acordo com a pesquisa, nenhuma das diretoras ou das roteiristas entre os filmes pesquisados era negra. Para chegar ao perfil racial, a pesquisa comparou imagens de 939 atores

, 412 roteiristas e 226 diretores de filmes, excluindo documentários e filmes infantis. “Usamos um modelo de identificação em que o pesquisador é que define o grupo racial ao qual pertence o sujeito”, esclareceu Marcia. Na classificação, para a comparação, foi utilizada uma escala de fotos de oito indivíduos, do mais branco para o mais preto, estabelecida em trabalhos científicos anteriores.

A lista dos filmes mais vistos no período é da Agência Nacional do Cinema (Ancine), organização que, na avaliação do premiado cineasta negro Joel Zito Araújo, deveria ter um papel ativo na promoção da diversidade no audiovisual. Ao avaliar a pesquisa do Iesp, ele disse que a agência precisa atuar. “Somente quem governa, que tem poder de criar políticas públicas, é que pode criar paradigmas para a nação e resolver essa profunda distorção”, disse.
Apesar de ter a função de fomentar e regular o setor, procurada, a Ancine informou que “não opina sobre conteúdo dos filmes, elenco ou qualquer coisa do tipo”.

* Convencionou-se chamar negros a soma dos grupos populacionais preto e pardo, seguindo classificação do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). fonte.: www.jb.com.br

domingo, 6 de julho de 2014

E como fica o PDT - Rio de Janeiro?

Como eu já havia previsto em outra oportunidade, aqui no Rio de Janeiro, nem tudo que está escrito e acordado é cumprido. No apagar das luzes e nos últimos momentos para inscrições de candidaturas, o PDT do senhor Carlos Lupi, foi alijado da chapa do PMDB de Pezão.
O senador Francisco Dornelles (PP) foi anunciado como vice na chapa do governador Luiz Fernando Pezão, candidato à reeleição, neste sábado (5), último dia possível de ser feito registro de candidatos às eleições de 2014.
Pezão se reuniu no princípio da tarde deste sábado com Carlos Lupi (PDT), na tentativa de tentar convencê-lo a desistir de se lançar como candidato avulso ao Senado, porém sem resultados. Com isso, o PDT saiu da chapa de apoio à reeleição de Pezão e o deputado Felipe Peixoto, do PDT, deixou de ser o candidato à vice, mas o piris ainda continua na mão.
O lançamento da candidatura independente de Carlos Lupi ao Senado ocorreu após Cesar Maia (DEM), ex-prefeito do Rio, ter sido confirmado integrando a chapa majoritária de Pezão. Lupi teria ficado indignado e declarado que, apesar de resolver se lançar como candidato de forma independente, o PDT continuaria fazendo parte da coligação de apoio ao candidato Pezão.
Fica claro que, é uma retaliação de uma ala do PMDB que ficou descontente com a “desobediência” de Lupi em não retirar sua candidatura avulsa ao senado. A ordem dada não foi cumprida e com isso o PMDB vai destruir ou melhor se vingar da sigla, como? Não deixando nenhum partido se coligar com eles, assim sendo, como os deputados do PDT se reelegerão? Aqui em nossa região dos lagos os que temos do PDT irão sofrer muito para ter uma votação boa e, mesmo assim ficará difícil, pois o partido não tem mais aquilo que chamamos de puxador de votos...Com certeza estão sentindo saudades do tempo em que o partido seguia uma linha ideológica e não essa linha “mercadológica”. Triste fim para o PDT.



sexta-feira, 4 de julho de 2014

Lula fala a jornalistas estrangeiros.

O jornal espanhol El País publicou uma matéria nesta quinta-feira dia 03/07 sobre uma entrevista dada pelo ex-presidente Lula a correspondentes estrangeiros. Durante a conversa, Lula fez questão de mostrar sua preocupação em relação aos jovens, desinteressados com a política. Ele acrescentou que a presidente Dilma Rousseff quer impulsionar uma reforma política e pontuou que a mesma não é necessária somente no Brasil, mas também em outros lugares. “Há muitas coisas podres na política atual. Veja como terminou a Primavera Árabe, ou o que significa que na ONU nem a Índia nem os países latino-americanos estejam representados no mais alto nível”?
O petista disse que está orgulhoso com os primeiros resultados da Copa do Mundo no Brasil. Aproveitou para criticar a imprensa brasileira, que teria feito críticas muito duras. "Estou convencido de que, sem essa imprensa, teríamos tido muito mais turistas" - “As coisas não estão saindo tão mal quanto prognosticavam muitos”.
A reportagem infere que Lula garantiu que o povo do Brasil quer a Copa e, por isso, os protestos se diluíram. "Eu não sou nada refratário aos protestos. Tenho bursite nos dois ombros por causa das pancadas que me deram nos protestos em que eu participei. Mas há um tempo para os protestos e outro para o futebol. E não era justo que o país ficasse sem a Copa por causa dos protestos. Depois, eu vou adorar ter um país que continue se organizando e continue protestando”, assegurou o ex-presidente.
O texto conta que Lula apontou aos jornalistas que o Brasil está solucionando um atraso histórico e que nos últimos dez anos, foram criadas tantas vagas em universidades quanto nos 100 anos anteriores. Ele ainda comentou sobre os congestionamentos: “Entendo que se queixem dos congestionamentos, que haja turistas que clamem contra os congestionamentos. Mas isso significa que muita gente que antes não podia comprar um carro comprou. E há outros brasileiros que até agora não podiam e que já viajam de avião, ou que vão a restaurantes, ou ao cinema. E isso não agrada aos brasileiros de classe mais alta, que antes encontravam tudo só para si”.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Dilma Rousseff - Igual a massa de bolo.

O resultado da pesquisa Datafolha divulgada no final da noite desta quarta-feira (2/7), que aponta para um aumento na vantagem da presidente Dilma Rousseff sobre os dois principais candidatos à disputa presidencial, "A humilhação reelege Dilma" - as vaias proferidas à presidente durante o jogo de abertura da Copa no jogo contra a Croácia no Itaquerão, na verdade, ajudou reverter em pontos positivos para a sua campanha. De acordo com a nova pesquisa do Instituto Datafolha, a petista tem agora 38% das intenções de voto, contra 20% do senador Aécio Neves (PSDB-MG), e 9% do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). No levantamento de início de junho, Dilma tinha 34%, Aécio, 19%, e Campos, 7%.
"Igual massa de bolo, quanto mais bate, mais cresce".
"A presidenta respondeu o que tinha que responder. Seus sofrimentos no corpo e na vida, sentidos no momento mais duro que o Brasil passou, foram grandes. Mas o sofrimento pela humilhação, representando seu país perante chefes de estado de outras nações, pode não ser respondido apenas por ela, mas também pelo povo brasileiro, na ânsia de defender a nação. A resposta pode vir pelas urnas eleitorais." Setenta por cento das pessoas que estavam na Arena Corinthians naquela quinta-feira (12), eram pessoas ligadas diretamente as empresas patrocinadoras do Mundial. A Presidenta Dilma Rousseff foi xingada por uma elite parceira ou diretamente ligada a estas multinacionais e bancos. 
Dilma Rousseff deve enfrentar um quadro complicado nos principais colégios eleitorais. Em 12 estados, a presidente terá 18 candidatos. Isso acontece devido à aliança com o PMDB. Destes 18, apenas seis lideram as intenções de votos. Sendo que, no Maranhão, o candidato é dividido com Aécio e Eduardo Campos. fonte: www.jb.com.br 

terça-feira, 1 de julho de 2014

Para muitas famílias, "minha casa minha vida" é o reinício da vida!!

Presidenta Dilma na cerimônia: "É um recomeço e é também caminho para o futuro"A presidenta Dilma Rousseff entregou nesta segunda-feira (30) 998 unidades dos Residenciais Zé Keti e Ismael Silva, no Estácio, Zona Norte da capital fluminense, construídos pelo Programa Minha Casa, Minha Vida em parceria com a Secretaria de Estado de Habitação e a Companhia Estadual de Habitação. Eles são destinados a famílias com renda de até R$ 1,6 mil e receberam um investimento de R$ 62,9 milhões do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) - R$ 11,2 milhões são contrapartida do governo do estado. Ao todo, foram quase quatro mil pessoas beneficiadas.
Dilma reforçou ainda a continuidade do Minha Casa, Minha Vida para atender pessoas que ainda não têm casa própria. Ressaltou que 3,750 milhões de moradias já foram entregues desde 2009, o que permite uma ampliação da meta para a terceira etapa, a partir de 2015.Dilma considerou o programa como um recomeço para famílias: “Acho que aqui é um recomeço para muitas famílias que podem olhar o futuro e lembrar o seguinte: agora tem uma moradia. Na hora que colocar a chave na fechadura, abrir a porta e entrar, é isso que vocês têm: um lar a ser construído. E quando tem um lar, também vai ter futuro melhor, vai cuidar melhor das crianças, vão ter uma educação melhor. Aqui vocês vão ter todas essas garantias. Aqui vai ter escola, creche, vai ter todos os equipamentos sociais e na verdade, estão perto de tudo. Fica na verdade no centro do Rio. Por isso, é um recomeço e é também caminho para o futuro."
Residencial Zé Keti tem centro administrativo, centro comunitário, guarita, quadra gramada, playground infantil, área para cultivo de hortas comunitárias, entre outros espaçosOs empreendimentos receberam os nomes de dois compositores do samba carioca, qu
e moravam no bairro, e serão ocupados por famílias desabrigadas por temporais que recebem aluguel social e outras que vivem em estado de vulnerabilidade social ou em áreas insalubres. De acordo com informações do governo estadual, 65% das unidades serão destinadas a famílias cadastradas pela prefeitura, após as chuvas de 2010. Índios que ocupavam a Aldeia Maracanã também devem ser beneficiados, além de famílias da comunidade Sinimbu, que vivem em prédio do governo federal próximo ao Morro da Mangueira; da comunidade do Cajueirinho, próximo à Central do Brasil; e famílias da ocupação Mem de Sá, que sofrem ação de despejo.
O Pajé Tobi Itauna, de 66 anos, da tribo Tupi-guarani do Amazonas, é um dos beneficiados. Ele já rodou o país levando suas ervas medicinais. “Esse apartamento é excelente porque eu não tenho casa mesmo, sou um andarilho. Mas a gente precisa de um espaço que seja uma raiz. E quando meu filhos e minha família vierem, terem lugar para ficar. E também não só a minha etnia. É qualquer parente indígena que vem para o Rio de Janeiro de outros estados do país para fazer faculdade, a trabalho. (…) Então é até um local para ele ficar junto com a gente. Índio com índio.”
As famílias têm renda bruta de até R$ 1,6 mil e tiveram os cadastros aprovados pela CaixaEconômica Federal, financiadora da construção. A área conta com 48 blocos de cinco pavimentos cada um, com 20 apartamentos, e mais dois com 19 apartamentos cada um. Eles têm dois quartos, sala, banheiro, cozinha e área de serviço. Os condomínios têm centro administrativo, centro comunitário, guarita, quadra gramada, playground infantil, 200 metros quadrados para o cultivo de hortas comunitárias, entre outros espaços e serviços.
O superintendente regional da Caixa no Rio de Janeiro, José Domingos Martins, acredita que a localização do empreendimento é um grande diferencial do projeto. “O local tinha uma depreciação de todo o entorno daquela região do Centro, e em um processo de revitalização de toda essa região, nós conseguimos incluir também esse projeto.”
* Com informações da Agência Brasil

O "Adeus" de Barbosa!!

Na sua última atuação no plenário do Supremo Tribunal Federal, às vésperas de formalizar a sua aposentadoria, o ministro Joaquim Barbosa vai decidir com o voto de minerva, na sessão plenária desta terça-feira (1/7), se será ou não mantida a atual representação dos deputados por estado na Câmara dos Deputados, com vistas às eleições de outubro próximo.
Depois de muita discussão, nas sessões dos dias 18 e 25 deste mês de junho, a maioria decidiu pela inconstitucionalidade do parágrafo único da Lei Complementar 78/93, que autorizou o Tribunal Superior Eleitoral a definir o número de deputados por bancada estadual. E, consequentemente, da Resolução 23.389/2013 do TSE que ampliou as representações de cinco estados e diminuiu as representações da Paraíba, do Piauí (menos dois deputados), do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Paraná, Pernambuco e Alagoas(menos um cada).
Ficou criado, portanto, um vácuo legal, e a
mesma maioria que decidiu pela inconstitucionalidade da lei complementar e da resolução, pretende aprovar uma “modulação” dos efeitos da decisão do STF, para resolver a seguinte questão: Apesar de declarada inconstitucional fica ainda valendo para as eleições de outubro a nova resolução do TSE, ou fica mantida a atual representação, que se baseou em cálculos do IBGE de 2010?

A Lei Complementar 78/1993 dispõe: "Art. 1º. Proporcional à população dos Estados e do Distrito Federal, o número de deputados federais não ultrapassará 513 representantes, fornecida, pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano anterior às eleições, a atualização estatística demográfica das unidades da Federação.
Parágrafo único. Feitos os cálculos da representação dos Estados e do Distrito Federal, o Tribunal Superior Eleitoral fornecerá aos Tribunais Regionais Eleitorais e aos partidos políticos o número de vagas a serem disputadas”.
A Constituição (artigo 45) estabelece que “o número total de deputados será estabelecido por lei complementar, proporcional à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de 70 deputados”.

Dia Internacional Contra a Discriminação Racial!

Hoje Dia Internacional contra a Discriminação Racial.  Num momento em que vivemos ataques raciais diários em nosso país e em todo mundo...